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O Secretário de Estado do Desporto e Juventude, Emídio Guerreiro, deu a partida do 12º Circuito de Palmeira / Prémio Peixoto Alves, disputado no dia 11 de maio, assinalando a primeira prova de ciclismo de estrada a beneficiar da comparticipação do Estado com os custos do policiamento. O 12º Circuito de Palmeira / Prémio Peixoto Alves foi ganho pelo famalicense João Pereira, tendo Isabel Caetano sido a primeira na classificação feminina.

No arranque da competição desportiva, para além do Secretário do Desporto e Juventude, estiveram presentes Delmino Pereira, Presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo, Altino Bessa, Deputado na Assembleia da República e Vereador na autarquia de Braga e José Luís Ribeiro, Presidente da Associação de Ciclismo do Minho que liderou o movimento que exigiu a eliminação da discriminação das modalidades praticadas na via pública no acesso aos apoios do Estado para o policiamento concedidos através de verbas dos jogos sociais. Também se associaram à iniciativa Firmino Marques, Vice-Presidente da Câmara Municipal de Braga, José António Peixoto, Presidente da Junta de Freguesia de Palmeira, vários dirigentes associativos, autarcas e muito público que aplaudiu os jovens atletas do primeiro ao último instante.
Pontuável para o Troféu Revelações de Ciclismo de Estrada - Herdmar (2014), a prova destina-se à categoria de juniores e homenageará Peixoto Alves, velha glória do ciclismo português e vencedor da Volta a Portugal de 1965.
O 12º Circuito de Palmeira / Prémio Peixoto Alves foi a primeira prova de ciclismo de estrada a beneficiar da comparticipação do Estado com os custos do policiamento já que o ciclismo nunca teve direito aos apoios porque a legislação apenas contemplava as modalidades praticadas em recintos desportivos, tendo sido publicado em outubro de 2012, na sequência das diligências da ACM, um novo regime de policiamento que passou a incluir as atividades realizadas na via pública.
"Era um problema que se arrastava há 22 anos e que dizia respeito a todos os eventos desportivos feitos na via pública e que inexplicavelmente ao longo destes 22 anos nunca tiveram qualquer comparticipação, ao contrário dos eventos desportivos feitos em recintos fechados", recordou o Secretário de Estado do Desporto e Juventude em declarações à acmTV (www.acmtv.pt), explicando que “foi necessário regularizar essa situação que se arrastava há muito tempo e que beneficia de uma forma clara o ciclismo, o atletismo, o triatlo, todos os eventos desportivos que se façam na via pública, sobretudo no que diz respeito à formação e aos atletas mais jovens”. “Estou aqui em Palmeira para de alguma forma assinalar a primeira prova, 22 anos depois, em que finalmente passa a existir uma comparticipação das receitas dos jogos sociais para que o policiamento seja mais barato às entidades promotoras”, concluiu o governante.
Delmino Pereira, Presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo, realçou que “é um dia importante, um dia histórico de uma luta antiga do ciclismo” em que “pela primeira vez vamos ter um tratamento igual às outras modalidades que se praticam em pavilhão”. “Para nós é uma conquista muito importante, porque é uma conquista justa, que defende o futuro do ciclismo e que permitirá organizar mais e melhores corridas de ciclismo de formação”, disse o dirigente federativo à acmTV.
Altino Bessa, deputado e vereador na autarquia bracarense, afirmou ser “um gosto estar aqui” e enunciou as razões: “porque a Associação de Ciclismo do Minho sempre foi o motor de toda esta reivindicação ao longo dos anos e porque eu tive o prazer e a satisfação de, com eles e no âmbito das minhas competências enquanto deputado, tentar sensibilizar o Governo para esta matéria. Por coincidência, esta primeira prova comparticipada nos custos de policiamento é uma prova organizada pela Associação de Ciclismo do Minho, no município onde sou vereador e num momento em que retomei as funções de deputado. Este é um dia histórico para o ciclismo nacional e de grande satisfação para mim em particular. Parabéns à Associação de Ciclismo do Minho que tem tido um trabalho muito meritório na divulgação deste desporto”.
O Presidente da Associação de Ciclismo do Minho (ACM), José Luís Ribeiro, garantiu ter valido a pena “acreditar, lutar e persistir”, conforme se podia ler nas mensagens colocadas no Circuito de Palmeira: “Acreditar, lutar, persistir. Juntos conseguimos”. Salientando ter sido “com este Governo que o problema foi resolvido e não com qualquer outro que esteve anteriormente em funções, desde 1992”, o dirigente minhoto expressou a sua enorme satisfação por “finalmente ter sido feita justiça e eliminada a discriminação do ciclismo”. “O Circuito de Palmeira, onde desenvolvemos dos maiores protestos contra a discriminação, assinala um virar de página, um marco que se tornará histórico no ciclismo nacional. Acreditamos que o resultado do esforço empreendido pela ACM será uma importante alavanca para o desenvolvimento do ciclismo, competindo agora à modalidade corresponder positivamente e promover ativamente esse mesmo desenvolvimento”, referiu José Luís Ribeiro.

 

No capítulo desportivo, o 12º Circuito de Palmeira / Prémio Peixoto Alves, competição que já foi ganha, entre outros, pelo Campeão do Mundo Rui Costa, contou à partida com 73 corredores que alinharam em representação de oito equipas.
Com início na EN 101 e final depois de uma seletiva subida que culminou junto à Igreja de Palmeira, a corrida foi bastante animada do primeiro ao último instante, em especial devido à existências de sete metas volantes nas freguesias de Palmeira e Adáufe e nas Adaúfe Uniões das freguesias de Santa Lucrécia de Algeriz e Navarra, São Pedro de Merelim e Frossos e São Paio de Merelim, Panoias e Parada de Tibães.
João Pereira (Escola de Ciclismo Carlos Carvalho), Campeão Nacional de Ciclocrosse e presença regular nos trabalhos da seleção nacional, foi o mais forte na disputa do sprint final e sagrou-se vencedor do Circuito de Palmeira / Prémio Peixoto Alves. Com uma escassa diferença em relação a João Pereira chegou à meta Ivo Oliveira (Bairrada) que alcançou o segundo lugar à frente de Álvaro Ferreira (CC Avidos / Metalização A. Lemos, Lda.), Miguel Amorim (Bairrada) e Venceslau Fernandes (Escola de Ciclismo Venceslau Fernandes).
“Foi uma prova dura, como estava à espera. Conhecia o percurso, estive aqui no ano passado e sabia que tinha uma chegada ao meio jeito. A minha equipa apostou em mim e estou muito feliz por ter correspondido e ganho”, afirmou o vencedor
Filipe Rocha (Liberty Seguros / Feira / KTM) e Hugo Nunes (Silva & Vinha / ADRAP / Sentir Penafiel) venceram duas metas volantes cada enquanto as restantes foram ganhas por Pedro Preto (Bairrada), Bruno Coelho (Silva & Vinha / ADRAP / Sentir Penafiel) e Pedro Moreira (Silva & Vinha / ADRAP / Sentir Penafiel).
Isabel Caetano (individual) teve uma prestação melhor do que a espanhola Maria Jesus Barros (C.C. Spol/Concelho Porriño) vencendo a competição que em 2007 concluiu no quarto lugar.
A classificação coletiva foi ganha pela formação da Bairrada, seguindo-se a Silva & Vinha / ADRAP / Sentir Penafiel e a Liberty Seguros / Feira / KTM .
Visivelmente satisfeito, José António Peixoto, Presidente da Junta de Freguesia de Palmeira, fez no final do 12º Circuito de Palmeira / Prémio Peixoto Alves “um balanço muito positivo” em que “os objetivos foram largamente atingidos em termos de vivência local e de tradição”, realçando que este ano “pela primeira vez a prova foi associada às freguesias vizinhas o que dá outra abrangência e é muito positivo”. Ainda sobre o Circuito de Palmeira, o autarca garantiu que a Junta de Freguesia se revê na iniciativa e que deve ser “dada continuidade a esta prova que já tem história e assento nesta freguesia”.
O 12º Circuito de Palmeira / Prémio Peixoto Alves teve o patrocínio da Junta de Freguesia de Palmeira e o apoio das seguintes entidades: Federação Portuguesa de Ciclismo, Câmara Municipal de Braga, Herdmar, Cision, Arrecadações da Quintã, POPP Design, Ciclismo a fundo (revista oficial), acmTV (www.acmtv.pt), Roda na Frente e Plano Nacional de Ética no Desporto.

O Circuito de Palmeira homenageou Peixoto Alves, glória do ciclismo português que averbou importantes resultados.
João Peixoto Alves, natural de Palmeira (Braga), nasceu a 23 de Maio de 1941 e iniciou a sua atividade no ciclismo, como popular, no Futebol Clube do Porto.
Posteriormente representou o C. C. Aldoar e o Benfica, onde se tornou conhecido como um dos melhores ciclistas portugueses. A sua carreira como profissional iniciou-se em 1960 e terminou em 1966, quando se retirou, com 25 anos, deixando um lugar difícil de preencher no ciclismo e no Benfica.
Ao longo da carreira desportiva disputou 171 provas, tendo ganho 22. Conquistou os títulos de Campeão Nacional e Regional de Rampa, no último caso por quatro vezes.
Vencedor da Volta a Portugal de 1965, alcançou ainda dois segundos e um terceiro lugares na importante competição. Na prova “rainha” do ciclismo português ganhou ainda 9 etapas, foi portador da camisola amarela em 23 e ganhou o Prémio da Montanha e a Classificação por Pontos no ano de 1963.
Participou na Volta a França do Futuro em 1963 (7º na geral e 2º na Montanha) e em 1964, tendo ainda participado na Volta à Espanha (1962, 1963 e 1965), na Volta a S. Paulo (1962 e 1966), na Volta à Catalunha (1965) e no Campeonato do Mundo (1965 e 1966).

 

Video acmTV (www.acmtv.pt)